Sexo casual: por que não?
Sexo sem compromisso: se jogue nessa aventura!
Ter prazer com alguém desconhecido, sem ter necessidade de dar satisfação depois. A ordem é exclusivamente a busca pelo louco desejo. Excitante, não? Se você quer se jogar nessa aventura, adote de vez uma “Postura Masculina” e não abra mão dos cuidados para preservar a sua saúde.
Quem embarca na transa sem compromisso precisa redobrar os cuidados com a proteção contra doenças.
Lembre-se de que sexo casual não combina com sexo desprotegido. Segundo o Ministério da Saúde, os fatores que fazem que a mulher abandone o uso do preservativo estão relacionados à falsa percepção de segurança nos parceiros: necessidade de provar que o ama ou confia nele; a idealização romântica; o julgamento pela aparência; e a vontade de se entregar. Então, exija que ele use camisinha SEMPRE, inclusive no sexo oral. Não abra mão desse cuidado.
A Aids aumentou muito entre as mulheres nos últimos anos. Atualmente, as mulheres respondem por 50% das pessoas contaminadas pelo vírus. Isso quer dizer que, para cada homem contaminado, há também uma mulher. E mais: a mulher tem um risco maior de contrair HIV do parceiro do que o homem da mulher. Ela recebe o sêmen, que permanece em contato prolongado com a mucosa vaginal, facilitando a transmissão do vírus. Assim, o risco de uma mulher contrair o vírus é quatro vezes maior que o do homem durante uma relação heterossexual. Fique esperta!
Atração ou envolvimento?
A ideia do sexo casual ser uma forma libertadora de expressar a sexualidade não se sustenta depois de se praticar algumas vezes. Renata* viveu essa experiência por aproximadamente três anos. “Sair com um cara, transar e não esperar a continuação é muito bom para quem quer só isso, ou seja, ter um homem que te satisfaça naquele momento”, diz ela. Pode parecer uma missão quase impossível para uma mulher, porque até biologicamente esta satisfação tem lá suas lacunas.
Segundo o psicoterapeuta Flávio Gikovate, autor do livro Sexo (MG Editores), poucas mulheres se dão bem nesse contexto. A grande maioria acha desinteressante porque a sensação de vazio e solidão tende a aumentar com a falta de intimidade com que esses encontros se dão. “As mulheres têm uma fisiologia sexual diferente da masculina. Após o orgasmo, a regra é que sobre uma excitação residual. Isso faz que o sexo casual não seja tão interessante, porque elas podem terminar a prática mais excitadas do que começaram, ao contrário dos homens, que se sentem relaxados e sonolentos”, comenta ele.
Prazer sem compromisso
A insatisfação da mulher nesse tipo de relação vai mais além. O parceiro, por ser um homem que mal a conhece, não sabe das suas preferências e gostos para levá-la ao orgasmo, ao contrário de alguém fixo e conhecido, com o qual ela negocia aquilo de que mais gosta. Gikovate salienta que a maior parte das mulheres aproveita plenamente o sexo quando conhece seu próprio corpo, tem um parceiro estável (que não obrigatoriamente é objeto de grande envolvimento emocional, mas é alguém conhecido e com quem ela gosta de estar também fora da situação erótica) e que sabe como agradá-la, além de ser uma pessoa que não use o sexo apenas como instrumento de sedução e poder.
Para a socióloga Carla Cristina Garcia, professora e pesquisadora de temas relacionados ao universo feminino, não é um avanço para a mulher e nem um fator positivo esse tipo de comportamento. “Não observo que as mulheres fiquem mais felizes por não terem vínculos afetivos. No sexo casual, me parece que ela fica somente na degustação”, comenta.
Opção para poucas
Pelo que você leu até aqui, já dá para sacar que sexo casual não é para todas. Gikovate destaca que esse tipo de conduta privilegia algumas apenas, que são belas, extrovertidas e que sabem até mentir um pouquinho – e desfavorece as mais tímidas e sinceras. Sim, para se dar bem nesse tipo de relação, a mulher precisa causar desejo nos homens e nem sempre isso é fácil quando não se tem atributos físicos tão evidentes, em especial num momento em que a beleza e a forma física estão tão valorizadas.
Parece que ainda não é dessa forma que as mulheres se libertarão sexualmente. Muito pelo contrário, isso pode ser um belo tiro no pé. Na tentativa de buscar satisfação, a mulher acaba por fazer sexo com muitos parceiros, sem que eles consigam satisfazê-la, criando uma cadeia sem sentido e, pior de tudo, com prazer medíocre para ela. Na opinião de Gikovate, entre pós e contras, a tendência é o sexo casual diminuir, enquanto o sexo virtual cresce. Mas isso já é outra história…
O que atrai o público feminino no sexo casual?
De acordo com Arlete Gavranic, terapeuta sexual do Isexp (Instituto Brasileiro de Sexologia e Medicina Psicossomática), é a oportunidade de colocar em prática, com toda a liberdade, as fantasias sexuais que as mulheres não têm coragem de realizar com um parceiro fixo.
- Em geral, a mulher trava na hora de realizar suas fantasias com um parceiro conhecido, porque fica com medo do que ele vai pensar. E isso não acontece com um cara de uma transa eventual, que ela não verá mais.
- Cada vez mais a mulher acorda para os seus desejos e não tem mais receio de repetir um comportamento bastante conhecido dos homens: o de buscar pessoas e corpos mais jovens e a ideia de vigor sexual que eles transmitem.
- Além disso, é uma forma de dar um up em sua sensualidade. No dia a dia, são poucas as mulheres que investem no seu poder de conquista – no jeito de vestir, olhar, andar, na maneira de abordar as pessoas que consideram interessantes e atraentes. Quando se propõe a buscar o sexo casual, ela estimula esse potencial.
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