Feliz na cama em qualquer idade!
Esqueça as preocupações com as formas de seu corpo, em agradar somente o parceiro e, principalmente, conheça os seus próprios desejos. Fazendo isso, o prazer será mais que garantido
Não é à toa que fazer sexo apaixonada é uma delícia. Somos capazes de ir até o céu em questão de segundos. A razão disso é muito simples: durante a paixão, a nossa autoestima fica lá nas alturas e, com isso, estar à vontade na hora do sexo é bem fácil. Quanto mais espontâneas estamos, a transa segue, sem nenhum impasse, a rota do prazer absoluto.
Porém, para isso, grilos, vergonha e outros elementos broxantes precisam estar bem longe da cama. Parece uma tarefa simples, mas nem sempre é. As preocupações em relação ao sexo mudam conforme a idade e a fase da mulher. Assim, o que parecia ser muito importante aos 20 anos, aos 40, por exemplo, pode não fazer sentido algum. Qual a saída? Identificar o problema e, assim, combatê-lo da melhor forma possível.
E, cá entre nós, você tem alguma neura quando o assunto é sexo? Conheça, a seguir, os grilos de mulheres de diferentes idades e, melhor, veja como é possível resolvê-los com as orientações valiosas das terapeutas sexuais Arlete Gavranic e Ana Canosa. Acredite, sem alguns grilos, você vai deitar e rolar com o seu parceiro…
Os grilos dos 20 anos: ela só quer agradar o parceiro…
Aos 20 anos, a mulher tem pouca experiência, costuma ser insegura e preocupa-se muito com o desempenho na hora H. Muitas vezes, ela está tão preocupada em agradar o parceiro que esquece o seu próprio prazer. O reflexo disso são relações sexuais menos prazerosas, podendo desenvolver, até mesmo, alguma disfunção sexual, como a anorgasmia – ausência ou retardo do orgasmo após uma fase de excitação. “Eu começo a relação já pensando que vai ser para durar pouco. No sexo, muitas vezes, acabo me sentindo usada.” Silvia Regina, 25 anos, publicitária, tem um ficante.
Como resolver
“Em meu consultório, sempre falo para as pacientes que elas têm mais é que viver o que esse momento tem de bom. Nessa fase do ‘ficar sem compromisso‘, é o momento de experimentar a sexualidade”, sugere Arlete Gavranic. Para não ficar grilada, pensando que tem algum problema por não ter uma relação mais longa, veja que os relacionamentos mais frouxos também são uma tônica entre suas amigas. Procure, então, explorar o ponto alto dessa fase, que é estar com o corpo em cima.
Com os hormônios fervilhando, seu poder de sedução está com a carga toda. “É o momento de aproveitar para conhecer o próprio corpo e desfrutar do prazer que ele pode lhe dar”, ressalta Arlete. Além disso, você apenas deve fazer o que está, realmente, com vontade durante a transa, pois, caso contrário, não será legal. Nesse caso, o diálogo com o parceiro sempre é o ponto-chave para a solução. Falar para ele como e onde gosta de ser tocada é fundamental. Para isso, você deve conhecer o seu próprio corpo. “Invista no autoconhecimento corporal, explorando seus pontos de prazer. E fale ao parceiro do que você gosta durante o sexo”, enfatiza Ana Canosa.
“Percebo uma padronização no comportamento das meninas da minha idade. Quem não fez sexo anal, por exemplo, é considerada careta. O problema é que muitas vezes fazemos coisas somente para ter a experiência e se juntar ao grupo das experientes. Existe uma pressão e parece que, se eu não aceitar determinadas práticas, vou frustrar meu parceiro.” Carolina, 22 anos, estudante, não está namorando
Os grilos dos 30 anos: medo de ser trocada
É mais comum, nessa faixa etária, estar em uma relação estável, formando uma família ou se estabelecendo em uma carreira profissional. E é comum também começar a aparecer os primeiros sinais de envelhecimento no corpo. “Diante desse cenário, muitas mulheres acabam colocando em segundo plano a sua sexualidade”, explica Arlete. Tudo isso, somado à rotina do casamento e à acomodação, acaba desencadeando a neura de que ela pode perder o companheiro para outra mulher mais bonita, em forma e disposta a tudo. “Muitas vezes, quando se está casada não há clima para atitudes inesperadas e novas posições no sexo. Isso me incomoda e me traz insegurança. Você percebe que a frequência das relações diminui porque parece que o interesse de um pelo outro também perde o encanto e dá lugar para as atividades do dia a dia da casa e dos nossos trabalhos.” Ana Luisa, 32 anos, empresária da área de eventos, casada, sem filhos
Como resolver
Essa é uma fase ótima para o desempenho sexual. A mulher está mais segura de si, sabe o que quer, e seus hormônios tendem a estar mais equilibrados. O que pode atrapalhar é o grande investimento no trabalho, que aparece também nessa fase da vida com força total. Para aquelas que se casaram e têm filhos, o desafio se torna ainda maior para equilibrar tudo e não deixar a peteca cair. O cansaço e o estresse são fatores de risco, assim o desejo sexual hipoativo pode aparecer como consequência. Cuidado!
Coloque o sexo como uma das prioridades de sua vida pessoal, principalmente se você é uma mulher multitarefas que está investindo na carreira. Se tem uma relação estável, e a relação sexual é boa, entre no jogo erótico mesmo que não esteja com tanta vontade: no meio da relação, você “pega no tranco”. Invista em belas lingeries e até brinquedinhos eróticos. O resultado é certeiro! Porém, se está sozinha, o importante é não se fechar para sua vida social, busque fazer novas amizades, uma hora surgirá um gato para você enlouquecer. “A primeira coisa é não jogar o papel de mulher e amante lá para o fim da fila”, aconselha a terapeuta sexual Arlete Gavranic. Pense que, nessa fase, você pode aliar o vigor físico e uma gama maior de experiências na cama para turbinar seu potencial de confiança e sedução. “Experimente mais, entregue-se sem pudores a novas experiências”, estimula a terapeuta.
Os grilos dos 40 anos: não ser desejável
Existe um mito de que chegar aos 40 anos é passar para o time das mulheres que não causam nenhum tipo de desejo nos homens. Esqueça! Atualmente, existem quarentonas muito mais envolventes que muita menininha por aí… Além disso, Arlete Gavranic indica um outro fato nessa fase. “É na segunda metade dessa década que a mulher entra no climatério e percebe os primeiros sinais de que seu corpo está mudando e sente medo de que essas mudanças possam interferir em seu desempenho sexual.” “Fico encanada com o meu corpo, que não é mais um corpo igual ao de quando eu tinha 20 anos. Isso me intimida um pouco e acaba interferindo no meu comportamento durante a transa.” Marcia Porto, 47 anos, coordenadora de eventos corporativos, solteira e enrolada
Como resolver
É cada vez maior o número de mulheres nessa fase da vida com um corpão sarado. Isso porque se cuidam, fazem ginástica, levam uma vida saudável e adotam uma boa alimentação. “Esse é um dos caminhos para evitar as crises mais comuns na cama durante esse período”, explica a terapeuta sexual Arlete Gavranic. Investindo na qualidade de vida, você também abre espaço para o prazer. “E não é só a atividade física, é bom fazer coisas que deem prazer, como uma aula de dança ou uma viagem maravilhosa. Lembre-se: uma vida mais leve e bem-humorada é um ótimo afrodisíaco”, completa Arlete. Isso inclui aceitar o corpo que você tem. E escolher roupas que a valorizem e a deixem sensual, mas sem exageros. Aquela minissaia que cai bem numa menina de 20 certamente não é a melhor peça para essa fase, mas você pode investir numa barra quatro dedos acima do joelho sem fazer feio.
Os 40 anos são marcados por uma fase da estabilidade financeira, emocional e, também, sexual. O problema é se ela estabilizar demais. A falta de variedade e criatividade soma-se à preguiça de fazer sexo para quem não tem parceiro estável e cair na mesmice para quem tem. A queda de hormônios também gera falta de tesão. Daí a importância de fazer sempre um acompanhamento com seu ginecologista. “Busque estímulos, como ler contos eróticos, para trazer o tema sexo para o cotidiano e reacender o desejo”, conclui Ana Canosa.
Os grilos dos 50 anos: não ser mais uma mulher completa
Essa é uma preocupação unânime para as mulheres de 50 anos ou mais. Parece mesmo que o climatério (período após a última menstruação) é a mais cruel das fases da mulher. Precisamos lidar com tudo aquilo que a sociedade valoriza, só que em condição bastante vulnerável pela falta de hormônios que acarretam mudanças drásticas no corpo e no emocional. “Sem dúvida, é nessa fase que a queda hormonal desencadeia as maiores transformações na vida da mulher, e isso se reflete no desempenho sexual”, afirma Arlete. “As mulheres sofrem com sintomas típicos, como o ressecamento da vagina, que deixa o sexo bastante desconfortável”, explica a terapeuta. “Logo que entrei na menopausa, fiquei apavorada porque achava que nunca mais teria sexo com qualidade e, principalmente, prazer. Hoje sei que não é nada disso.” Celia, 54 anos, publicitária, separada, dois filhos, namorando
Como resolver
“Dá para ter uma vida sexual plena, basta levar em conta os aspectos específicos dessa fase”, orienta Arlete. Para começar, é bom ter uma boa conversa com o seu ginecologista e avaliar bem a adoção da reposição hormonal. “Criou-se um tabu em relação a isso. Às vezes, o mito de que a reposição pode causar câncer é maior do que a realidade do risco que se corre”, observa Arlete Gavranic. Um tratamento bem acompanhado pelo médico pode devolver à mulher uma boa qualidade de vida, sem os sintomas típicos.
Também conta pontos perceber que, embora o vigor físico não seja mais o mesmo, essa mulher tem um potencial afetivo muito maior do que o da juventude. “Bem usado, esse quesito pode contar pontos na cama”, explica a terapeuta. Não descuidar da saúde e investir em lazer é um ótimo afrodisíaco, pois, quanto mais prazer na vida, mais chance de desfrutar do sexo também, conclui a terapeuta sexual Ana Canosa.